A tragédia da vida real: Como o PM catarinense que viu a mulher morrer em Natal tem reagido para seguir a vida

Publicado em: 11/04/2018

Por:  Dinarte Assunção

Marcos Paulo permanece no hospital da PM, mesmo com alta médica Crédito: OCP News

 

O ar que areja os pulmões de Marcos Paulo da Cruz já não o faz da mesma forma a que se habituou.

Nada na vida do sargento da PM de Santa Catarina será como antes, desde a fatídica noite de 26 de março, quando um disparo transfixou seu pulmão em mais um evento da tragédia em que se converteu o cotidiano de Natal.

Enquanto lhe faltava o ar, ele via a mulher, Caroline Pletsch, lutar para se agarrar à vida.

Caroline morreu no hospital. Marcos luta para seguir a vida.

Em Natal, ele recebeu alta na semana passada, mas está impedido de voar para Chapecó (SC) e permanece no hospital da PM.

As companhias aéreas não aceitam seu embarque por questões médicas. O PM passou por cirurgia para drenagem no pulmão e pode haver complicações para ele enfrentar um voo comercial a essa altura. A viagem só poderá ser feita comercialmente 14 dias após a cirurgia.

Em Santa Catarina, a mídia local informa que o Governo do Estado de lá fará o translado do policial em aeronave estatal dotada de UTI.

Procurado, o Centro de Comunicação Social da Polícia Militar de Santa Catarina não confirmou a informação até a publicação desta reportagem.

Silêncio

No dia em que recebeu a notícia da morte da esposa, Marcos ficou em estado de choque e um silêncio tombou sobre ele.

Nos momentos posteriores ao recebimento da notícia, quebrou o silêncio poucas vezes, sendo uma delas ao se despedir do corpo da esposa.

Ele ficou a sós com ela em uma sala reservada antes do corpo embarcar para Santa Catarina.

O que disse à esposa desceu em Chapecó, em 30 de março, ao solo do cemitério que leva o nome do paraíso de onde Adão e Eva foram expulsos, o Jardim do Éden, no evento que marca na Bíblia o princípio das mazelas da humanidade.

Vislumbrando o regresso à sua cidade, Paulo se levanta aos poucos com a ajuda do acompanhamento psicológico e religioso que vem tendo.

Ele está em Natal com um familiar e permanece reservado, pois seu silêncio, pelo menos com a imprensa, permanece inalterado. Ele não quer dar entrevistas.

 




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