Polícia Federal deflagra operação e faz busca e apreensão no apartamento de Gilberto Kassab em São Paulo. Buscas também em Natal

Publicado em: 19/12/2018

A Polícia Federal faz buscas no apartamento do ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), em São Paulo, nesta quarta-feira (19). A ação decorre da delação da JBS – um delator da empresa afirma que o político recebeu mesada de R$ 350 mil por mês em 2009, quando era prefeito de São Paulo, em troca de defesa dos interesses do grupo.

Os policiais também fazem buscas na residência de Renato Kassab, irmão do ministro. A ação ocorre também em São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto e Natal. Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moares, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A autorização tem como base o inquérito que investiga se Kassab cometeu corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa-dois, segundo acusações feitas no âmbito da delação da JBS.

O advogado do ministro chegou à residência pouco antes das 7h e entrou sem falar com a imprensa.

“Ao longo de todos esses anos de vida pública não há nada que me comprometa no campo da imoralidade. Estou tranquilo porque sempre respeitei os princípios da ética. Estou à disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário. Não há nada que macule minha imagem”, afirmou Kassab ao G1 por telefone.

O caso

O inquérito apura o suposto pagamento do grupo J&F ao ministro por meio de contratos com as empresas Yape Transportes e Yape Consultoria, ligadas ao político. A investigação mira ainda repasses feitos pelo mesmo grupo a Kassab referentes à uma suposta compra do apoio político do PSD pelo PT.

As investigações foram abertas com base na delação de premiada de Wesley Batista e Ricardo Saud, executivos do Grupo.

Na colaboração, Wesley contou que quando era prefeito de São Paulo, em 2009, Kassab recebia R$ 350 mil de propina por mês num aluguel de caminhões. Segundo o delator, durante seis anos foram pagos cerca de R$ 20 milhões.

Saud, por sua vez, disse que Kassab teria vendido apoio político do PSD à campanha da ex-presidente Dilma Rousseff à reeleição em 2014.

Os pagamentos teriam sido efetuados pelo grupo J&F, por meio de doações oficiais.

Quando os casos vieram à tona, em maio do ano passado, Kassab disse que nunca recebeu recursos pessoais, que não houve negociação do partido e que as doações recebidas foram registradas na Justiça Eleitoral.

 

G1

 




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