Policial é condenado a 20 anos de prisão por homicídio e estupro de universitária no RN: “Agora minha filha pode descansar em paz”, diz mãe de Zaira
04/12/2025

O sargento da Polícia Militar Pedro Inácio Araújo de Maria foi condenado pela morte da universitária Zaira Cruz, ocorrida durante o Carnaval de Caicó, na Região Seridó, em 2019. Ele recebeu uma pena de 20 anos de prisão, sendo 14 anos pelo crime de homicídio e de 6 anos por estupro da vítima.
O resultado foi proclamado por volta da 0h30 desta quinta-feira (4) encerrando a sessão do Tribunal do Júri iniciada na segunda-feira, pela 2ª Vara Criminal de Natal, no Plenário do Fórum Miguel Seabra Fagundes.
O julgamento aconteceu no Fórum Miguel Seabra, em Natal, e durou três dias. O sargento negava o crime desde o início das investigações.
Natural de Currais Novos, Zaira Cruz, de 21 anos, foi encontrada morta dentro de um carro em Caicó no dia 2 de março de 2019, durante o Carnaval.
A investigação apontou que a vítima teria sido estuprada duas vezes e morta por estrangulamento. Para o Ministério Público, o sargento Pedro Inácio foi o autor do crime.
A defesa sustentou, no entanto, que o policial era inocente e que a morte de Zaira aconteceu por causas naturais. Pedro Inácio foi preso poucos dias após o crime.
Nesta quarta (3), os debates entre acusação e defesa foram iniciados às 17h15 e prosseguiram até o início da votação dos jurados, às 23h30. A sessão foi presidida pelo juiz Valter Flor.
Zaira Cruz foi encontrada morta na manhã do sábado de carnaval de 2019, em 2 de março. Ela havia alugado uma casa com amigos para as festividades. Na mesma casa, segundo a Polícia Civil indicou na época, estava o sargento Pedro Inácio.
A estudante foi encontrada morta dentro de um carro que estava no condomínio dessa residência.
Na época, o delegado do caso, Leonardo Germano, relatou que foi o próprio sargento da PM quem chamou a polícia.
Na ocasião, ele contou que havia tido relação sexual com a jovem dentro do carro, antes de chegarem ao condomínio. Ele teria dito que a jovem “apagou” dentro do veículo e que ele a deixou dormindo no carro porque quis acordá-la. Quando amanheceu, ele teria ido vê-la no carro e a encontrou morta.
A polícia, no entanto, entendeu que a jovem já chegou morta ao local.
Zaira morava em Mossoró, onde cursava Engenharia Química da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). O sargento Pedro Inácio era lotado no Fórum de Currais Novos.
Júri
O júri, que começou na segunda-feira (1º), tinha previsão de terminar apenas na sexta (5), mas 11 testemunhas, de acusação e defesa, foram dispensadas, o que acelerou o julgamento.
O sargento Pedro Inácio, acusado do crime, foi ouvido na tarde desta quarta.
Essa foi a segunda tentativa de Júri Popular do caso. A primeira sessão, iniciada em junho, foi cancelada após os advogados do réu deixarem o plenário. Eles alegaram cerceamento de defesa depois que o juiz indeferiu perguntas consideradas pelo Ministério Público como ofensivas à dignidade da vítima. Todas as testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas.
Veja como foi o julgamento
O julgamento do Caso Zaira Cruz começou na manhã de segunda-feira (1º) no Fórum Miguel Seabra, em Natal. O júri popular aconteceu na capital potiguar após pedido da defesa de retirada do julgamento da região Seridó por conta da repercussão do caso.
Durante o primeiro dia, o juiz da 2ª Vara Criminal de Natal, Valter Flor, analisou pleitos preliminares apresentados pela defesa do réu Pedro Inácio Araújo.
Foram ouvidas cinco testemunhas de acusação, sendo uma delas por videoconferência, e a primeira das testemunhas de defesa do réu Pedro Inácio Araújo. Os trabalhos foram encerrados às 20h20.
O julgamento foi retomado na terça (2), às 8h30, com a oitiva de duas testemunhas de defesa. Outras cinco testemunhas foram dispensadas pelo Ministério Público e seis pela defesa do réu.
Foram ouvidos também na terça depoimentos de peritos designados no processo. Ao todo, eram três peritos e dois assistentes técnicos previstos.
A última assistente técnica indicada no processo prestou depoimento nesta quarta-feira (5), 3º dia de julgamento.
Após isso, ocorreu o interrogatório do réu Pedro Inácio Araújo, que, segundo o TJ, durou cerca de 3 horas. Logo em seguida ocorreu o debate entre acusação e defesa antes da decisão final do júri.
Essa publicação é um oferecimento

