Presente de grego: prefeita exonera comissionados e provoca instabilidade política em João Câmara
31/12/2025

Foto: reprodução
A virada do ano trouxe surpresa — e apreensão — para dezenas de servidores da Prefeitura de João Câmara. Por meio da Portaria nº 419/2025-GP, assinada pela prefeita Aize Bezerra, todos os ocupantes de cargos comissionados a partir do segundo escalão foram exonerados, com efeitos a partir de 31 de dezembro de 2025.
A medida, que será publicada oficialmente nesta quarta-feira (31), foi justificada pela gestão como parte de uma “reorganização administrativa”.
Na prática, porém, a decisão caiu como um verdadeiro presente de grego para servidores que, até então, acreditavam fazer parte do projeto político-administrativo da atual gestão. Muitos foram comunicados de forma abrupta, na noite da terça-feira, sem qualquer sinalização prévia ou diálogo institucional, o que ampliou o clima de insegurança e desgaste interno.
A portaria preserva apenas os secretários municipais, além de servidoras gestantes e aquelas em licença-maternidade, conforme determina a legislação. Ainda assim, a exoneração em massa levanta questionamentos sobre o real alcance e a motivação da decisão. Embora o discurso oficial seja técnico, o impacto político da medida é inegável e já reverbera fortemente nos bastidores do município.
Nos meios políticos, a avaliação é de que a “reorganização” pode servir como instrumento de rearranjo de forças, abrindo espaço para novas indicações e alianças, ao custo da estabilidade administrativa.
Ao optar por uma exoneração generalizada, a prefeita assume o risco de transformar uma medida administrativa em um problema político de grandes proporções. Resta saber se a prometida reorganização virá acompanhada de critérios técnicos claros ou se a decisão confirmará a percepção de que, em João Câmara, o ano novo começou com mais tensão do que renovação.

Blog de Assis Silva
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